Giro Cosmogônico da Arte

março 13, 2019


É necessário que vivamos em sociedade. Assim como os corpos celestes, por mais distantes que estejamos uns dos outros, nossas “gravidades” influenciam nas órbitas dos semelhantes e nós também somos influenciados por estas. O giro cosmogônico de cada um está (também) relacionado ao movimento de outros, numa dança universal que nos atrai e repele, nos finda e recomeça, buscando um equilíbrio que, não raro, vai além de nossa própria temporalidade, avançando para além de nossas existências.

No entanto, nosso instante é curto, por mais único que (também) seja. Ter toda a compreensão e clareza dessa existência macro costuma ser demais pra nós. São tantas questões e pontos de vista e variáveis que levaria mais de uma vida para simplesmente quantificar tudo isso antes de sequer analisar.

Como então viver sem essa clareza? O que fazer para estar melhor alinhado com todos esses elementos que são maiores que nós mesmos?

Nos conhecendo” seria uma boa primeira resposta. Sabendo quem somos, o que queremos, aceitando nossos sentimentos e procurando compreender porque eles são como são e porque reagimos como reagimos. Retomar um diálogo com nosso interior, não fugindo ou abandonando nossas questões, mas sendo empáticos conosco, compreensivos a ponto de podermos nos perdoar e nos guiar para um momento mais maduro e de melhor comunhão com o lugar e pessoas que vivemos.

E a arte é magnífica pra isso.

Quando desenhamos, pintamos, cantamos, escrevemos etc. entramos em comunhão com nossos instintos, em consonância com nossa intuição. Damos voz a coisas que vêm de dentro, pois há muito de técnico na arte, mas sua principal manifestação e a base de sua existência é a subjetividade: esse alinhamento com aquilo que nos faz indivíduos únicos.

Claramente isso não é algo de um dia ou um momento, mas de um processo longo, feito talvez durante toda nossa vida, pois estamos em constante modificação, e tendo a “ferramenta” da arte ao nosso lado podemos seguir por esse caminho não somente vivendo a busca por propósitos, mas encontrando prazer nessa jornada e influenciando e inspirando outros a fazerem o mesmo.

Texto de Luís Carlos Sousa

Publicado por Daniel Brandão

O Estúdio Daniel Brandão produz quadrinhos, ilustrações, criações de personagens e mascotes. Aqui também são oferecidos cursos de Desenho, HQ, Desenho Avançado e Mangá, além de aulas particulares.

Sobre Artes e Filhos

março 06, 2019


Muitas vezes, alguns autores – não raro, jovens – falam de suas obras como “filhos”, assumindo uma orgulhosa “paternidade” e, com isso, marcando (também) seus direitos “de posse” sobre suas criações. Parece estimulante pensar dessa forma (ou equivocado se principalmente nos concentrarmos no último tópico), mas é preciso ter cuidado ao assumir esse tipo de postura.

Filhos reais são humanos, possuem suas individualidades e sua própria história, apesar de boa parte daquilo que eles são – ou se tornam – vêm da influência de seus genitores e/ou responsáveis. A pretensão (idealizada ou não) ao ajudar no desenvolvimento de uma criança desde sua tenra idade é dar suporte para que esta desempenhe sua própria autonomia, encontre e/ou desenvolva seus próprios valores e avance para o futuro, moldando seu tempo como figura ativa dele.

Uma obra de arte, no entanto, funciona mais como um reflexo do tempo e dos pensamentos do autor, mantendo-se imutável durante todas as vezes em que é resgatada – sendo, por sua vez, reinterpretada ou “evocada” por cada nova geração -, do que como elemento autônomo, de vida própria, ou seja, é um recorte temporal sob o ponto de vista de uma única pessoa, podendo, conforme seus temas e qualidade de feitura, ter uma vida longa, às beiras da imortalidade humana.

Assim, por mais emotivo que seja chamar uma obra sua de “filho” é importante entender que a percepção de ambos é extremamente diferente, pois é necessário se reconhecer (mais cedo ou mais tarde) a liberdade e autonomia dos filhos, enquanto às obras é preciso sempre reconhecer a responsabilidade de sua produção, vendo o produto da arte como um reflexo (ao menos temporal) do autor e, por isso, sempre vinculado a este.

Publicado por Daniel Brandão

O Estúdio Daniel Brandão produz quadrinhos, ilustrações, criações de personagens e mascotes. Aqui também são oferecidos cursos de Desenho, HQ, Desenho Avançado e Mangá, além de aulas particulares.

Carreira, Prazer e Estudo

novembro 07, 2018


Como continuar amando nossa arte e produção quando ela se torna um trabalho, o qual envolve todas as dificuldades que a nova natureza da função exige, como prazo, diminuição da liberdade criativa, limitação de materiais etc?

Trabalhar com arte pode ser interpretado como o equilíbrio de três visões: Carreira, Prazer e Estudo.

Quando se pensa em arte como carreira é preciso ter a consciência profissional do ofício e, para tal, além de maturidade, é importante manter certa disciplina: controle de seus horários, demonstrar uma postura cordial e respeitosa, mas também firme e objetiva, deixando claro o que você pode ou não fazer, dentro dos limites que seu corpo e envolvimento podem disponibilizar. Seguir esses direcionamentos contribuem para não se exceder no trabalho, acumulando menos ou mais funções que podem levar a frustração ou esgotamento, e ajudam na construção de uma carreira sólida.

Quando a arte é associada a seu prazer – e, sim, é importante dedicar um tempo a isso também – você se coloca num processo de busca do equilíbrio consigo mesmo, dando a chance a si de relembrar porque a arte te seduziu desde o primeiro momento, porque você decidiu adotá-la como uma linguagem que liga suas “verdades interiores” com o mundo. Assim você não precisa se cobrar ou se por em amarras, entrando em um senso de liberdade e leveza comum às crianças: você produz sem vergonhas, sem questionamentos, só pelo prazer de estar fazendo aquilo. É uma experiência muito recompensadora e que deve ser repetida com uma frequência justa ao seu tempo e atividades.

Por fim, a arte como estudo talvez seja a base de todas essas outras personas descritas. Estudar o que você faz é uma forma de aprimorar tudo o que você já sabe e sempre se oferecer uma chance de crescer, como artista e profissional. O estudo é uma medida ao desafio, pois ele amplia nossa visão de mundo, nos revela saídas, percepções e estruturas novas e/ou inesperadas. Faz com que nunca estejamos “concluídos” – pelo contrário, utilizar a “cadeira do estudante” é um exercício de humildade e um seguro estimulante para se querer produzir sempre.

Então, caro artista, cuide de sua carreira, mas não esqueça de ter prazer pelo que você faz e aprender sempre.

Texto de Luís Carlos Sousa

Publicado por Daniel Brandão

O Estúdio Daniel Brandão produz quadrinhos, ilustrações, criações de personagens e mascotes. Aqui também são oferecidos cursos de Desenho, HQ, Desenho Avançado e Mangá, além de aulas particulares.

Já pensou em desistir?

junho 19, 2018


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Por acaso sentiu que sua arte te consumia muito mais energia e as cobranças para que ela se tornasse melhor e maior e mais rentável pesavam tanto que sua vontade de produzir era desgastante? Por acaso você já pensou em desistir?

Nós não queremos que você desista, mas entendemos que há momentos na vida que a estafa é tanta que “produzir” se torna doloroso. E, como sempre, acreditamos que a solução está na própria arte.

Acreditamos na filosofia de que, para criar arte, é preciso “consumir vida“. Saia de casa, encontre pessoas, descubra paixões, aprenda novos ofícios, viaje, estude coisas novas, abra sua mente e seu coração para o inesperado. A arte, como toda e qualquer linguagem, pode ser vista de forma muito mais ampla, indo além de uma escolha sua, mas também como uma necessidade de seu espírito, de seu coração e, como tal, precisa ser renovada, ampliada, cuidada. Uma das melhores formas de fazer isso é renovando-se de vida, de situações, de pessoas.

Então, antes de desistir de tudo, renove-se. Troque suas energias e volte a lembrar do porquê essa linguagem, a arte, te seduziu desde o começo e porque você foi até ela.

Publicado por Daniel Brandão

O Estúdio Daniel Brandão produz quadrinhos, ilustrações, criações de personagens e mascotes. Aqui também são oferecidos cursos de Desenho, HQ, Desenho Avançado e Mangá, além de aulas particulares.

Como seu desenho define sua relação com seu mundo?

junho 12, 2018


Desenho, para a equipe do Estúdio Daniel Brandão, é uma forma de comunicação: é uma “voz” que o artista encontra para falar sobre assuntos, temas, ideias e opiniões que ele somente consegue demonstrar através do desenho. No entanto, coisa nenhuma surge do nada, e todos nós nos expressamos captando o mundo ao nosso redor e adicionando nossa própria personalidade a isso… mas, como você vê o mundo?

Pode acontecer de essa pergunta não ter uma resposta concreta, precisa ou direta… e é aí que o desenho entra: quando você, artista, abre seus sentidos e coração para o mundo ao seu redor, você se torna capaz de representar esse mundo de uma maneira muito única: uma forma só sua!

Por isso, não se prive de experiências e aprendizados, mas as utilize como força motriz para produzir e devolva o que o mundo te dá com a sua mais atraente linguagem: a arte!

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Publicado por Daniel Brandão

O Estúdio Daniel Brandão produz quadrinhos, ilustrações, criações de personagens e mascotes. Aqui também são oferecidos cursos de Desenho, HQ, Desenho Avançado e Mangá, além de aulas particulares.

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