É bem comum aparecerem pessoas interessadas em nossos cursos com o desejo de se tornarem artistas profissionais, mas, principalmente, independentes (vivendo da própria arte, cuidando das próprias publicações e produções). “Independência” é uma palavra de poder imenso, pois vem acompanhada com uma série de expectativas positivas que muitas vezes são derrubadas por uma realidade inesperada, recheada de cobranças, disciplinas e elementos dos quais aparentemente não se têm controle.
É importante encarar um novo desafio (principalmente algo que se quer levar pro resto da vida) com um pensamento cheio de esperança, mas também saber “dosá-la” com temperança e, principalmente, alguma informação e preparação. Serve muito àqueles que desejam viver a “independência” artística pensar tanto como artistas quanto como administradores de suas carreiras.
O caminho para isso, claro, não é fácil, mas não precisa ser doloroso… nem necessariamente feito por você. Gerir a própria carreira soa como interessante e prático para alguns; para outros, no entanto, pode vir a ser tal suplício que os leve a desejar não mais fazer o que gostam. Dessa forma, criar parcerias surge como uma saída interessante, afinal, se você se vê como um bom “projeto de negócios”, talvez seja igualmente bom para outro também: principalmente alguém que curta se envolver nos “logaritmos” da administração, movendo as peças, preparando as agendas, analisando mercados, itens, público etc.
O que muitos artistas independentes não percebem é exatamente isso: artista e arte funcionam como uma pequena empresa e, por isso, estão à mercê de todos os bônus e ônus de um empreendimento desse porte, tanto em sua organização quanto nos seus resultados. Costuma ser um equívoco colocar a arte em uma posição divina e o artista como alguém dotado de uma “existência privilegiada”, cujo sucesso é resultado imediato de sua apreciação – e isso afasta não só fãs e interessados, mas potenciais parceiros que poderiam levar aquele trabalho a outros públicos além de seu nicho.
Quando se tem a maturidade para perceber que a apresentação e publicação do trabalho artístico está não só no reconhecimento das qualidades de seu produtor, mas também na boa relação com parcerias e contatos e, principalmente, na dedicação que se tem ao tornar aquela obra um empreendimento sustentável, então não há barreiras para o artista, mas um plano de negócios com objetivos e ações claras, que encontra uma forma de se manter lucrativo, íntegro e, principalmente, em constante crescimento.